“O excesso de sabedoria pode transformar-se em loucura, mas a sabedoria só a impede, misturando-se à loucura da poesia e do amor.”
(Edgar Morin)
“Por trás de um único e evidente ‘ eu te amo’ há uma multiplicidade de componentes, e é justamente a associação destes componentes inteiramente diversos que fazem a coerência do ‘eu te amo’.”
(Edgar Morin)
“A Máxima consiste em um mínimo de palavras e um máximo de significado”
(Mark Twain)
Estamos nos deixando ser intoxicados, dia após dia, por um volume de informações jamais visto e sendo atingidos em tempo real em nossa “aldeia global”; as imagens são selecionadas e editadas de forma que possam causar o efeito desejado buscando, evidentemente, o aumento dos índices de audiência. Os donos das mídias desconsideram qualquer ética ou qualquer valor moral, pois para que elevar a alma brasileira? É possível que alguns críticos possam até dizer que os meios de comunicação são espaços para a informação e o entretenimento. Mas estes mesmos críticos não são capazes de utilizar a sua força para ampliar a capacidade de análise do brasileiro comum e, por sua vez, a sociedade não tem como despertar para o descaso com as universidades, para a violação da memória nacional e a marginalização da poesia.
Quanto aos nossos referenciais afetivos, caminhamos para uma banalização e uma inexpressividade de conteúdo e profundidade. As palavras “eu te amo” e meu “amigo” ganharam um ressignificado à altura dos novos tempos, com seus valores apenas estéticos, mas sem considerar o que se esconde no imaginário coletivo. Tais valores só fazem sentido quando o sistema favorece e facilita a compra do amor e dos amigos, ou seja, a afetividade é altamente dependente de níveis financeiros fartos, proporcionando a compra dos desejos impostos pelos mesmos que pagam por minutos de audiência, independente de patrocinarem programas de conteúdos deploráveis, que não contribuem para o crescimento da cultura consolidada de um povo que não se vê como nação. Estamos diante de um momento em que as forças da resistência cultural envelheceram e duvidam da capacidade do país de despertar como nação.
Somente as forças provindas daqueles que labutam pela ressignificação de nossa história e herança e, principalmente, daqueles que de dentro dos muros das universidades e das letras trabalham para criar acessos a uma “luz de sabedoria” que possa permear o estado consumista e desigual, reorientando e, por que não dizer, repensando estes conceitos mal formulados e firmados nas bases da loucura humana, desconsiderando a necessidade de se atentar para a finitude da água e do ar, ou seja, se não somos capazes de preservar aquilo que nos dá a vida, como seremos capazes de ressuscitar valores passados?. Para encerrar este texto, gostaria de chamar mais uma vez a atenção para as palavras deixadas pelo escritor Mark Twain: “A Máxima consiste em um mínimo de palavras e um máximo de significado”.
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