sábado, 26 de março de 2016

Universidade e Desigualdade


“A nossa Universidade atual forma, pelo mundo afora, uma proporção demasiada grande de especialistas em disciplinas predeterminadas, portanto artificialmente delimitadas, enquanto uma grande parte das atividades sociais, como o próprio desenvolvimento da ciência, exige homens capazes de um ângulo de visão, muito mais amplo e, ao mesmo tempo, de um enfoque dos problemas em profundidade, além de novos progressos que transgridam as fronteiras históricas das disciplinas. ”
 LICHNEROWICZ

“A finalidade da escola é ensinar a repensar o pensamento, a ‘des-saber’ o sabido e duvidar de sua própria dúvida; esta é a única maneira de começar a acreditar em alguma coisa. ”
 JUAN DE MAIRENA.

“Não se ensina os homens a serem honestos, mas ensina-se tudo mais”.
  PASCAL

Algumas sociedades mundiais atingiram o topo do desenvolvimento humano, como no caso da Finlândia, Noruega e Dinamarca, outras rezam na cartilha do das ideologias arcaicas de transição em pleno século XXI, defendendo a luta de classes, o caso brasileiro é muito peculiar, suas universidades públicas bancadas pelos impostos estaduais e federais, logo mantidas com o dinheiro do contribuinte e dos impostos do empresariado, continuam fechadas em seus muros não dialogando com a realidade da sociedade, sendo apenas meras fábricas de diplomas e títulos de nobreza acadêmica.

No coração da desigualdade, está a falta de acesso a uma educação de qualidade para todos, mas está falta se dá por indefinição do projeto de país que queremos, qual a contribuição e legado o Brasil dará a humanidade no seu contexto mais amplo. Grandes nomes se levantaram no passado recente instituindo nossas universidades, mas o isolamento ideológico e a falta de acesso ao invés de ampliar a inclusão, aumentou as desigualdades que se iniciam nas primeiras séries e vão ampliando até a chegada nos portões da academia.

Nos falta uma política científica e tecnológica, que considere as peculiaridades de cada região, deve-se estabelecer o alinhamento das universidades com a mesma, fortalecendo o desenvolvimento regional, dentro de uma política nacional, em consonância com a participação brasileira no cenário global. Não desconsiderando qual o viés de inovação industrial necessário.

A desigualdade tem várias faces, uma delas é a falta de definição política da vocação econômica brasileira, produzimos um ensino de commodities e vendemos basicamente commodities, não seria a hora de reformarmos a nossa visão, mesmo que demore 30 anos para tal, desta forma estaríamos criando um país menos desigual e mais capaz de enfrentar os desafios globais que estão no porvir. As ideologias definem a educação e a educação define a sociedade, ainda temos tempo de repensar as ideologias que frequentam nossas universidades e o modelo mental o qual todos nós brasileiros acabamos reféns.







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